
O que fazer quando vc tem milhões de coisas na cabeça? Tantas coisas que vc não consegue parar e focar em apena uma?
Quando vc faz uma coisa que quer e de repente, num rompante de boa sorte vem uma nova oportunidade que faz com que vc tenha que mudar de idéia podendo assim ferir os sentimentos de um amigo/a?
Quando vc se envolve, ou se deixa envolver, com alguém e depois percebe que essa pessoa é um/uma idiota e mesmo assim muitas coisas te remetem a ele/ela? Como uma música, uma roupa, um comentário, um tigre.
Como proceder quando o seu sonho bate à sua porta e se vc segui-lo pode machucar alguém. Vc seguiria seu sonho mesmo com as consequencias disso?
Eu sei, eu também seguiria. Mas não sei o que me prende ainda, talvez seja a falta de informação, talvez seja a brevidade das coisas.
Mas quando se faz o que se gosta, sendo breve ou não faz diferença, aquela uma semana que passou, aos trancos e barrancos foi boa, pois foi diferente. Aquela semana de trabalho que passou, que trabalhei doente, que corri atrás de gente desagradável, que resolvi problemas de gente fútil que só soube me olhar com desprezo para agradecer. Na hora foi rude e não fosse graças ao energético que chegou na mesma hora eu tinha sido demitido, por razões óbeveas, naquele mesmo dia e nunca mais trabalharia no meio. Mas parando para analisar a atitude da moça (olha a dica) ela foi mais do que compreensível, imagine-se sendo âncora de um programa Fashion, vc tem um Lounge pra vc em um evento, com seu estúdio montado e tudo mais, e de repente, vc precisa ir até a sala de imprensa, mas, como vc tem seu lounge e sua face conhecida vc não precisa de credenciais, vc é vc, todos sabem quem é vc. Menos os seguranças da porta da sala de imprensa. Ai a casa cai meu querido, mas aparece ai o seu salvador da pátria, no caso eu, e ele para sua sorte está resolvendo um problema parecido para uma não tão famosa mas com contatos e ele sendo a pessoas maravilhosa que é, eu novamente, vai se virar pra resolver seu problema também, e de fato resolve.... Mas o que me fez realmente me colocar no lugar dela é, ela é famosa, ela é chic, ela é fashion, ela está en Vogue, e é barrada na porta da sala de imprensa. HUMILIATION, tomara que ninguém tenha visto. Eu teria odiado aquele garoto, eu, que levou mais que 5 minutos para achar o devido responsável para liberar sua entrada no recinto. Pois é Lilian Pacce eu compreendi, mals se vc torceu o pé pelas boas vibrações que eu enviei para vc.
Eu gostei de tomar sua olhada de desprezo, me colocou no meu lugar naquele momento mostrando quem eu era ali naquele contexto próximo a vc, ou seja, nada.
Obrigado.
Mas e ai, volto pro meio mesmo? Me jogo de cabeça nesse povo e me torno um deles?
Para quem não entendeu, daqui alguns dias eu explico... Ou não.
Eu não iria postar este texto aqui mas, enquanto eu vadiava para não fazer o trabalho do Alves, passeando pela internet achei o Blusão Roxo o qual havia imaginado para fazer o conto. Esse conto foi escrito para um exercício de uma aula de LPO onde estudamos o conto Fita Verde no Cabelo de Guimarães Rosa, e estudávamos a intertextualidade entre o texto do Guimarães Rosa e o conto de Chapeuzinho Vermelho (se você acha que eu vou transcrever aqui o texto do Guimarães Rosa pode ir retirando seu pequeno equino da precipitação pluviométrica) e de posse desse conhecimento, deveríamos criar um conto baseado em um outro conto-de-fadas. Como eu não tenho absolutamente nenhuma criatividade me apossei de Chapeuzinho Vermelho a própria e criei um novo. Só que, no dia eu estava com uma pressa absurda para fazer o maldito texto e, como sempre, inspiração para escrever zero. Fiquei na primeira frase por volta de duas horas, quando de um rompante me vem a mente o conto completo e eu saí dando com os dedos no teclado e saiu isso. E leiam com calma, pois é DRAMA DRAMA DRAMA... Quando dei por mim o texto estava pronto e (eu achei) ok. Segundo minha mãe está ótimo, minha avó disse que eu deveria publicar. (¬¬)
Abaixo, o blusão mencionado e o (testículo / piada infame) pequeno texto.

Blusão Roxo
Havia um aldeota, maior que qualquer aldeota que você possa conhecer, chamada São Paulo, onde crianças ricas brincavam em seus condomínios fechados sob a atenta supervisão de suas babás e as pobres brincavam na lama. Nessa aldeota morava Blusão Roxo, uma jovem garota, nem rica nem pobre, assim conhecida por não tirar seu blusão de cor roxa, fizesse chuva ou sol. Em sua aldeota de concreto viviam muitas, muitas pessoas, das quais, poucas, Blusão Roxo de fato conhecia. As pessoas das quais a ela eram estranhas, sua mãe já a havia avisado para não conversar, porém, Blusão Roxo dizia poder fazer várias coisas ao mesmo tempo, ela apenas ignorava uma das coisas por algum momento e com certeza em todos os que sua mãe a aconselhou, esta foi a escolhida para se ignorar.
Certo dia sua mãe pediu para que fosse até a casa de sua avó, buscar o molde para um vestido novo que sua mãe faria. E mais uma vez a aconselhou sobre algo que Blusão Roxo já não poderia se lembrar, e assim, puxando o zíper de seu blusão até em cima saiu para a liberdade das ruas, sem olhar para trás. Enquanto caminhava olhava para todos os lados embevecida pela beleza estonteante de sua aldeia. Assim seguiu seu caminho para a casa de sua avó que ficava bem distante, separada de sua casa por avenidas e ruas apinhadas de selvagens. Nesse momento, para atravessar a selvageria, Blusão Roxo teria de pegar uma condução que iria de uma ponta a outra, porem distraída como estava pela beleza da aldeia Blusão Roxo entra na condução errada que para e a deixa no meio da selvageria. Perdida e sem conhecer ninguém Blusão Roxo começa a chorar, quando um carro para por perto e pergunta se a pode ajudar. Neste momento a voz de sua mãe ecoa por sua cabeça dizendo algo que Blusão Roxo não podia reconhecer. Agradecendo a Deus a ajuda do “bom homem” entra no carro, dizendo onde era a casa de sua avó perdendo-se assim dentro de sua aldeia, para nunca mais retornar ao seio dos seus.
Hoje, Blusão Roxo é uma mulher adulta, soropositivo e infeliz, morando em algum país da Europa, falando pouco ou nada da língua, traficada para prostituição. Sem saber onde errou e como a situação atual se deu em sua vida, lembra-se apenas da imagem de sua mãe dizendo coisas que ela já não se lembra mais, na verdade, ela acha que nunca soube realmente o que sua mãe disse, mãe essa que por não escutar, nunca mais a viu. A única lembrança de sua infância perdida fica pendurada em um cabide em seu quarto, seu puído e velho blusão roxo.
Agora chega né...
Cansei novamente.
You know you love me.
XOXO